Por Marina Caraiva
A gente vai crescendo e junto cresce a nossa bagagem de memórias, sentimentos e pessoas.
Passamos a acumular uma carga enorme de conselhos que não foram seguidos, de promessas feitas e não cumpridas, de sonhos que se dispersaram.
Tentamos fazer de tudo o que vivemos experiência, guardar os erros pra não repeti-los, lembrar de todas as pessoas que são ou foram de alguma forma especiais.
E ao mesmo tempo novas pessoas vão surgindo, novas responsabilidades, novos sentimentos.
Chega uma hora que você se sente meio fragmentada, com alguns pedaços presos aos velhos sentimentos, enquanto outros pedaços estão em êxtase, absorvendo coisas novas, se desprendendo de uma "versão antiga" de você.
Tudo lá fora está calmo, o fluxo de carros na rua é o mesmo, o edifício em construção ainda parece um monstro que engole pessoas, e as lojas em liquidação ainda parecem filhos desse monstro, está tudo igual.
Mas você já não é mais a mesma.
Seus infinitos pedaços entraram em sintonia e sua alma se elevou.
Então você percebe que a vida tem muitos estágios e essas metamorfoses caóticas te chacoalham, reviram tudo durante algum tempo, mas no fim você alcançou um novo estágio e tem muita sorte por isso, pois, maior que o medo da mudança é o medo de nunca mudar.
* Marina Caraiva, aluna do Cursinho, turma de 2013.
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