quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O Futuro e o Fim

A imagem do fotógrafo Kevin Carter 
mostra uma criança sudanesa agonizando. 
O urubu está esperando a hora de se alimentar. 
A foto ganhou o Prêmio Pulitzer. 
O fotógrafo cometeu suicídio.



Por Lucas Caroli Cruz  


As leis da natureza não se alteraram ao longo da história, desde épocas remotas. Sobrevive o mais adaptado aos obstáculos do ambiente e, assim, surgem as noções de presa e predador. O homem não é uma exceção: mesmo nos parâmetros atuais de sobrevivência, é um predador. Não somente de outros seres, mas da própria espécie.

As desigualdades são as provas mais sólidas e claras do predatismo humano. Vale ressaltar que a hegemonia do Homo Sapiens Sapiens é tanto inata como circunstancial. Como exemplo histórico está o imperialismo das civilizações europeias sobre as africanas. Foram demarcados territórios de acordo com interesses econômicos europeus na África, o que demonstra o predatismo circunstancial. Desse fato, decorreram os conflitos tribais, evidências do predatismo engendrado junto à natureza humana.

Porém, nenhuma prova de acúmulo e desigualdade é tão gritante como a questão da fome. Estima-se que 1 bilhão de pessoas sofram com essa injúria. Contudo, estudos indicam que a produção alimentícia atual é suficiente ao suprimento mundial. Logo, muitos desperdiçam, assim como muitos passam fome.

Em conjunto está a supremacia dos humanos no meio ambiente. Impregnados de tecnologia, exploramos sem medir as consequências, com olhos direcionados ao presente e ao acúmulo de riquezas. Um grande exemplo são as usinas nucleares, que representam um risco em potencial à natureza e à vida. Recentemente, Fukushima, no Japão, mostrou-nos, novamente, o perigo dessa forma de energia. Assim, esse predatismo circunstancial atinge não somente as gerações atuais, mas também  as futuras.

Exploramos, criamos, destruímos, enfim, temos o que queremos e buscamos nossos objetivos. Entretanto, a audácia humana é representada pelo predatismo, inato a nossa essência ou circunstancial, sobre a própria e as demais espécies, sem esquecer a natureza. Ameaçando esta, torna-se evidente o predatismo sobre as gerações futuras. Portanto, os humanos são, paradoxalmente, o futuro e o fim da espécie. 

* Lucas Caroli Cruz , aluno do Cursinho - turma 2014.

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O Futuro e o Fim

A imagem do fotógrafo Kevin Carter 
mostra uma criança sudanesa agonizando. 
O urubu está esperando a hora de se alimentar. 
A foto ganhou o Prêmio Pulitzer. 
O fotógrafo cometeu suicídio.



Por Lucas Caroli Cruz  


As leis da natureza não se alteraram ao longo da história, desde épocas remotas. Sobrevive o mais adaptado aos obstáculos do ambiente e, assim, surgem as noções de presa e predador. O homem não é uma exceção: mesmo nos parâmetros atuais de sobrevivência, é um predador. Não somente de outros seres, mas da própria espécie.

As desigualdades são as provas mais sólidas e claras do predatismo humano. Vale ressaltar que a hegemonia do Homo Sapiens Sapiens é tanto inata como circunstancial. Como exemplo histórico está o imperialismo das civilizações europeias sobre as africanas. Foram demarcados territórios de acordo com interesses econômicos europeus na África, o que demonstra o predatismo circunstancial. Desse fato, decorreram os conflitos tribais, evidências do predatismo engendrado junto à natureza humana.

Porém, nenhuma prova de acúmulo e desigualdade é tão gritante como a questão da fome. Estima-se que 1 bilhão de pessoas sofram com essa injúria. Contudo, estudos indicam que a produção alimentícia atual é suficiente ao suprimento mundial. Logo, muitos desperdiçam, assim como muitos passam fome.

Em conjunto está a supremacia dos humanos no meio ambiente. Impregnados de tecnologia, exploramos sem medir as consequências, com olhos direcionados ao presente e ao acúmulo de riquezas. Um grande exemplo são as usinas nucleares, que representam um risco em potencial à natureza e à vida. Recentemente, Fukushima, no Japão, mostrou-nos, novamente, o perigo dessa forma de energia. Assim, esse predatismo circunstancial atinge não somente as gerações atuais, mas também  as futuras.

Exploramos, criamos, destruímos, enfim, temos o que queremos e buscamos nossos objetivos. Entretanto, a audácia humana é representada pelo predatismo, inato a nossa essência ou circunstancial, sobre a própria e as demais espécies, sem esquecer a natureza. Ameaçando esta, torna-se evidente o predatismo sobre as gerações futuras. Portanto, os humanos são, paradoxalmente, o futuro e o fim da espécie. 

* Lucas Caroli Cruz , aluno do Cursinho - turma 2014.

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