quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Aterro ou Enterro?



Por Mariana Mathias Morita 


É certo que a sociedade moderna produz uma volumosa quantidade de lixo. Para ilustrar esta situação, pode-se usar como exemplo a cidade de São Paulo que, em uma semana, produz lixo suficiente para encher o estádio do Maracanã.

Nos últimos tempos, o projeto da construção de um aterro na cidade de Araçatuba vem sendo muito repercutido e merece toda a atenção: os danos que poderão ser ocasionados por este investimento serão imensuráveis.

É fato que a construção do aterro poderia, a princípio, trazer vantagens para o município. Partindo da coleta seletiva, pode-se extrair diversos pontos positivos: materiais que poderiam ser reciclados e reaproveitados; catadores e sucateiros teriam suas rendas ampliadas; empresas de reciclagem e aquelas que utilizam matéria-prima reciclada seriam atraídas para a cidade movimentando a economia e gerando empregos. 

Outro ponto favorável seria a exploração do potencial energético do gás metano (produzido na decomposição da matéria orgânica) que pode favorecer a economia e a preservação do meio ambiente.

Sim, as vantagens iniciais do aterro podem parecer atrativas à primeira vista, mas ao analisar melhor a situação real do projeto em Araçatuba, percebe-se que poderia ser visto como um salto no desenvolvimento da cidade, pode se tornar um pesadelo para quem vive a realidade do município, uma vez que até mesmo vereadores da Câmara Municipal acreditam que, na verdade, o aterro será um lixão, simplesmente enterrando o lixo, sem a preocupação de tratar os resíduos e desrespeitando as leis ambientais.

Imagine, então, o lixão sendo construído numa região onde há a nascente de córregos importantes para a cidade, afetando suas águas, lençóis freáticos, solos altamente produtivos e propriedades de famílias. 

Sem mencionar que Araçatuba já possui um aterro sanitário, que supre suas necessidades, dispensando agora a criação de outro. Qual o real motivo para a prefeitura negociar a vinda de um novo aterro para a cidade?

No futuro, com o aumento da produção de lixo, a criação de um novo aterro pode ser necessária, entretanto, a população deverá lutar para que isto aconteça quando preciso e conforme as leis, sendo um desenvolvimento e não um regresso das conquistas da população araçatubense.


Mariana Mathias Morita é aluna do 2o. ano - turma 2014.

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Aterro ou Enterro?



Por Mariana Mathias Morita 


É certo que a sociedade moderna produz uma volumosa quantidade de lixo. Para ilustrar esta situação, pode-se usar como exemplo a cidade de São Paulo que, em uma semana, produz lixo suficiente para encher o estádio do Maracanã.

Nos últimos tempos, o projeto da construção de um aterro na cidade de Araçatuba vem sendo muito repercutido e merece toda a atenção: os danos que poderão ser ocasionados por este investimento serão imensuráveis.

É fato que a construção do aterro poderia, a princípio, trazer vantagens para o município. Partindo da coleta seletiva, pode-se extrair diversos pontos positivos: materiais que poderiam ser reciclados e reaproveitados; catadores e sucateiros teriam suas rendas ampliadas; empresas de reciclagem e aquelas que utilizam matéria-prima reciclada seriam atraídas para a cidade movimentando a economia e gerando empregos. 

Outro ponto favorável seria a exploração do potencial energético do gás metano (produzido na decomposição da matéria orgânica) que pode favorecer a economia e a preservação do meio ambiente.

Sim, as vantagens iniciais do aterro podem parecer atrativas à primeira vista, mas ao analisar melhor a situação real do projeto em Araçatuba, percebe-se que poderia ser visto como um salto no desenvolvimento da cidade, pode se tornar um pesadelo para quem vive a realidade do município, uma vez que até mesmo vereadores da Câmara Municipal acreditam que, na verdade, o aterro será um lixão, simplesmente enterrando o lixo, sem a preocupação de tratar os resíduos e desrespeitando as leis ambientais.

Imagine, então, o lixão sendo construído numa região onde há a nascente de córregos importantes para a cidade, afetando suas águas, lençóis freáticos, solos altamente produtivos e propriedades de famílias. 

Sem mencionar que Araçatuba já possui um aterro sanitário, que supre suas necessidades, dispensando agora a criação de outro. Qual o real motivo para a prefeitura negociar a vinda de um novo aterro para a cidade?

No futuro, com o aumento da produção de lixo, a criação de um novo aterro pode ser necessária, entretanto, a população deverá lutar para que isto aconteça quando preciso e conforme as leis, sendo um desenvolvimento e não um regresso das conquistas da população araçatubense.


Mariana Mathias Morita é aluna do 2o. ano - turma 2014.

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