Por Ana Laura Quirino de Lima
Um dia desses descobri que existe um mistério, o qual não sei se os sete sábios da Grécia saberiam desvendar. Um mistério que supera os sete pecados capitais e as sete virtudes cardinais.
Jesus, ao proferir sua última frase na cruz, “pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (frase simples de sete palavras), não imaginaria solução para tal enigma. Talvez nem Deus, nos sete dias em que criou o mundo, fosse capaz de explicar as circunstâncias de sua criação.
Nenhuma das sete maravilhas alcança sua grandiosidade, nenhum dos sete manifestos da arte é tão perfeito quanto ele, nenhum dos sete astros sagrados é tão sagrado quanto ele.
As sete virtudes humanas, por serem humanas, não são tão virtuosas quanto ele. As sete notas musicais não cantam sua solução, as sete trombetas do apocalipse não soam sua resposta. É um bicho de sete cabeças.
Nem a física, com seus prismas que refratam sete cores, calcula as causas de tal fenômeno. É um segredo guardado a sete chaves. Seus efeitos já cruzaram os sete mares e nem lobisomens, caçulas com sete irmãs mais velhas, são mágicos como ele.
Um gato, em suas sete vidas, não consegue nos mostrá-lo. Quantos espelhos já quebramos, se nossos sete anos de azar não terminam?
Entre os sete bilhões de habitantes da Terra ou entre os que habitam o mundo mágico (onde sete anões dão abrigo a uma princesinha e sete irmãos perdidos na floresta acabam na casa de um gigante), ou mesmo em meio aos enterrados a sete palmos da superfície, há alguém que, trabalhando sete dias por semana, seja capaz de me dizer por que e por quem o número sete, número primo, ímpar, ilustre e sagrado, foi nomeado possuidor de tanto simbolismo e prestígio?
* Ana Laura Quirino de Lima, aluna do 1o. ano, turma de 2013.
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